Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

TEXTOS EM PROSA

Textos pessoais em prosa, excertos de livros, comentários a certo tipo de imprensa etc.

TEXTOS EM PROSA

Textos pessoais em prosa, excertos de livros, comentários a certo tipo de imprensa etc.

Isabella Glover

Desta vez, pensou Isabella, seria ela a enviar uma mensagem de texto a Molly --- a caminho do Veselka --- só para verificar. Iria comprar chá e o que Molly quisesse, e levaria tudo para casa dela. Um pequeno almoço civilizado antes de trabalhar, algumas mentiras acerca da sua caldeira estar avariada --- e depois um banho (oh Deus, sim, um banho, em vez daquele chuveiro gota a gota) na magnífica banheira de Molly. E, oh, merda, era bom que se lembrasse de telefonar à mãe, do escritório, esta manhã, antes de em Sampetersburgo serem horas de dormir.

Estava na Rua Mercer, não muito longe do Angelika, quando o telefone começou a tocar. A princípio não se apercebeu, devido ao clamor duma sirene de ambulância. Quando, por fim, compreendeu que era o seu telefone que estava a ouvir, teve de esquadrinhar a carteira antes de o conseguir encontar, e quando olhou para o visor havia uma mensagem genérica a indicar um número não identificado. teve de se imobilizar e de encostar o telefone, com força, à orelha, por causa de todo o barulho na rua e de todo um ruído na sua cabeça , e foi assim que a notícia lhe chegou: parada na rua, numa manhã como qualquer outra, falando com o irmão, a dizer-lhe que a mãe morreu. Morreu mesmo.