Joseph Heller - Pânico
- Escutem -, digo amistosamente a ambos, precisamente a suplicar-lhes que me permitam ajudá-los. - Que querem vocês ser quando forem crescidos? Digam lá, Que querem fazer?
- Eu não quero casar, nunca - murmura taciturnamente a minha filha -, nem ter filhos.
- Trabalhar numa bomba de gasolina -, responde o meu filho.
- Bem sempre é um pouco melhor -, aprovo acenando a cabeça com uma expressão de louvor. Por que não? Ser dono do seu próprio negócio? Faz um certo sentido. Concessão lucrativa: Exxon , Texaco , Sunoco,Shell , Gulf ? Com certeza. É alguma coisa. Um começo. Muito bem. - Porquê?
- Gosto do cheiro da gasolina.
Meu Deus!
- Jack , você tem filhos.- , apelo para Green , no emprego quase em desespero. - São mais velhos que os meus. Tem um rapaz na universidade, não tem? Que quer ele ser quando sair?
- Suicida
- Não estou a gozar.
- E pensa que eu estou? Também tenho uma filha na universidade . Faz abortos. Entre tentativas de suicídio. Vai para a cama com vagabundos. Não querem continuar. Com ambos somados, já é a terceira tentativa. Disso sei eu. Uma com uma faca e duas com drogas. Até parece o Paul Revere , não parece? Ambos se drogam. A minha nova mulher também é doida. E a mãe deles também. E a minha. Já não é nada da minha conta
- Desculpe, não sabia.
- Vá fazer qualquer coisa. Também não é da sua conta.
Pags. !52-153, Publicações Dom Quixote.