Nunca mais tomar o chá que ele fazia e me servia na cama. Nunca mais encontrar o disco de Glen Gould a tocar as Goldberg Variations que ele tanto queria nem ver o prazer no seu rosto ao desembrulhá-lo.

No Campus de edifícios baixos de betão, nos subúrbios da "cidade" medieval de York (não maior do que uma vila), eu transmitia a aparência de uma criatura mundana e sofisticada, uma londrina, criada no coração da cidade,  confiante, a respirar segurança e originalidade. Por dentro, medo, incerteza, constrangimento social. 

Atravessava a passagem subterrânea, emergindo em Marble Arch, e descia de novo até Hyde park para observar os cisnes no Serpentine e ouvir os excêntricos e os chalados em cima dos caixotes de sabão, no Spiker's Corner, e por vezes encaminhava-me para leste e oeste, por Merylebone Road entre as estações de comboio.